Estudo do perfil dos estudantes ingressantes na UFMT ap ́os 10 anos da lei de cotas
Palavras-chave:
Cotistas, Ensino superior, Perfil sociodemográfico, Políticas afirmativasResumo
A Lei nº 12.711/2012, conhecida como Lei de Cotas, estabeleceu um marco significativo na política educacional brasileira, garantindo a reserva de 50% das vagas nas universidades e institutos federais para estudantes de escolas públicas. Focada na promoção da igualdade educacional, a lei inclui critérios para a inclusão de alunos de baixa renda, pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência, visando mitigar desigualdades sociais e raciais no acesso ao ensino superior. Neste contexto, foi conduzida uma análise do perfil dos estudantes que ingressaram na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) entre 2013 e 2022 por meio da Lei de Cotas, visando avaliar seus impactos após uma década de aplicação. Embora todas as vagas de cotas sejam para alunos de escolas públicas, apenas 18,18% foram preenchidas exclusivamente por esse critério, mostrando a influência de fatores como renda e etnia. Demograficamente, 74,89% dos cotistas se identificam como pretos, pardos ou indígenas, 53,3% são mulheres e a idade média de ingresso é de 22 anos. Apenas 2,05% relataram deficiência, com predominância de deficiências físicas e visuais. A maioria dos cotistas escolheu bacharelados (76,28%), especialmente em Ciências Sociais Aplicadas e Ciências Agrárias. A pesquisa concluiu que a Lei de Cotas democratizou significativamente o acesso ao ensino superior, incluindo grupos marginalizados e diversificando o perfil demográfico da UFMT, embora melhorias sejam necessárias.
Referências
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