Ideologias e crenças linguísticas na BNCC de Língua Portuguesa: perspectivas para a formação e o ensino
Palavras-chave:
BNCC. Ideologia. Crenças linguísticas. Língua materna.Resumo
Este artigo traz resultados de uma pesquisa qualitativa e interpretativa acerca de ideologias e crenças linguísticas expressas, explícita ou implicitamente, na BNCC de Língua Portuguesa, Ensino Fundamental, anos finais. Consideramos a BNCC um documento oficial composto de enunciados, unidades da comunicação discursiva, inscritos em contexto, tempo e espaço, reflexo da sociedade em que se situa. Assim, ideologias, crenças e conhecimentos, relações sociais e identidades sociais influenciam as escolhas textuais/gramaticais em textos. A partir disso, realizou-se uma análise discursiva dos enunciados norma-padrão, norma culta e variedades (linguísticas, da língua etc.). A fundamentação teórica de tal análise considera a definição de enunciado (Bakhtin, 2011), ideologias (Dijk, 2009; Fairclough, 2001), crenças linguísticas (Madeira, 2005; Silva; Baronas, 2019), norma-padrão, norma culta, variedades linguísticas (Bortoni-Ricardo, 2004; Faraco, 2008; Bagno, 2007; Cyranka, 2016; Coelho; Görski; Souza; May, 2018). Como resultados, demonstramos a supervalorização do enunciado norma-padrão, principalmente quando passamos à análise das habilidades determinadas, em detrimento do enunciado variedades linguísticas mencionadas na teorização do componente de linguagem e língua portuguesa. Tais resultados apontam às ideologias e crenças linguísticas acerca da língua portuguesa, que influenciam sobremaneira no processo de ensino-aprendizagem.
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