Abordagem Probabilística na Análise de Preços Extremos de Hortaliças: Uma aplicação em preços máximos de batata no estado de SP

Autores

Palavras-chave:

Batata, CEAGESP, Comercialização, São Paulo, Teoria dos Valores Extremos

Resumo

O estudo concentra-se na análise da comercialização de alimentos in natura no Brasil, especialmente na Central de Abastecimento de São Paulo (CEAGESP), com foco na batata. O objetivo é compreender o fornecimento da batata no mercado e modelar seus preços máximos, identificando o potencial de comercialização na CEAGESP. A análise de preços extremos foi conduzida utilizando a Teoria de Valores Extremos, com dados mensais de janeiro de 2015 a dezembro de 2022. Para períodos sem registros de preços, foi realizada uma interpolação linear. Os valores foram submetidos aos testes de Mann-Kendall e Ljung Box para avaliar a presença de tendência e dependência temporal, com todas as análises realizadas no programa R. Os resultados indicaram a ausência de tendência e dependência nas séries temporais, ao nível de significância de 1%. A análise revelou variações significativas nos preços máximos da batata, especialmente em março e abril, meses com acentuadas flutuações devido à entressafra e ao final da safra principal. Em contraste, julho e agosto mostraram uma diminuição nas probabilidades de preços elevados, sugerindo uma estabilização em torno de R$ 3,00 durante o início do novo ciclo de plantio. Esses resultados são relevantes para compreender as dinâmicas de preços da batata ao longo dos anos, fornecendo informações cruciais para estratégias de gestão de riscos e decisões de planejamento agrícola e comercial. Em resumo, a análise estatística ofereceu uma visão abrangente das variações sazonais e de preços da batata, essenciais para uma gestão eficiente e planejamento estratégico no setor agrícola.

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Publicado

30-01-2025

Como Citar

Pantoja, M. G., Marjotta-Maistro, M. C., & Liska, G. R. (2025). Abordagem Probabilística na Análise de Preços Extremos de Hortaliças: Uma aplicação em preços máximos de batata no estado de SP. Sigmae, 13(4), 327–338. Recuperado de https://publicacoes.unifal-mg.edu.br/revistas/index.php/sigmae/article/view/2476

Edição

Seção

Estatística Aplicada