Avaliação da prorrogação do prazo de resposta aos pedidos de acesso à informação por meio de regressão binária com função de ligação logit
Resumen
O presente estudo tem como objetivo analisar os fatores determinantes da prorrogação do prazo de resposta dos pedidos de acesso à informação de órgãos e entidades públicas. Os dados foram coletados na plataforma Fala.Br, gerenciada pela Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 1.064.978 observações, referentes ao período de maio de 2012 a setembro de 2021, foram analisadas e a variável dependente indica se o prazo de resposta ao pedido foi prorrogado ou não. Em virtude da característica de binaridade dessa variável, os dados foram analisados por meio de modelo de regressão binária. A adequabilidade do modelo foi avaliada via teste de Hosmer-Lemeshow, o qual não apontou problemas de ajuste. Como principais resultados, destaca-se que o canal pelo qual o pedido foi realizado, a esfera do pedido e o seu ano foram significativos para explicar a prorrogação do prazo. Mais especificamente, constatou-se que o canal Online, em relação ao Offline, possui maior chance de prorrogação. A esfera Federal, comparativamente à Não-federal, possui maior chance de prorrogar o prazo de resposta aos pedidos. Quanto ao ano, averiguou-se que a chance de prorrogação de 2015 e 2016 não foi diferente quando se compara com o ano de 2012 (baseline). Além disso, com exceção do ano de 2014 (odds ratio = 0,89), percebeu-se uma maior chance de prorrogação ao longo do período analisado (odds ratio > 1,00). Futuras investigações podem examinar mais detalhadamente os anos de 2014, 2015 e 2016 para entender melhor este comportamento diferente.
Citas
BENDER FILHO, R.; BAGOLIN, I. P. Determinantes da permanência na condição de pobreza crônica na Cidade de Porto Alegre: aplicação do Modelo Logit Multinomial. Ensaios FEE, v. 35, n. 2, p. 467–494, 2014.
BRASIL. Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011: Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o , no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei... Diário Oficial da União, Brasília, 2011. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm.
CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO. Acesso à informação pública: uma introdução à Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011. Brasília: [s. n.], 2011. Recuperado de: www.cgu.gov.br.
CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO. Download de Dados LAI. Brasília: [s. n.], 2021. Recuperado de: https://falabr.cgu.gov.br/publico/DownloadDados/DownloadDadosLai.aspx.
CRUZ, M. do C. M. T.; SILVA, T. A. B.; SPINELLI, M. V. O papel das controladorias locais no cumprimento da Lei de Acesso à Informação pelos municípios brasileiros. Cadernos EBAPE.BR, v. 14, n. 3, p. 721–743, 2016. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/1679-395131556.
GIOLO, S. R. Introdução à análise de dados categóricos com aplicações. São Paulo: Blucher, 2017.
HOSMER, D. W.; LEMESHOW, S.; STURDIVANT, R. X. Applied logistic regression. 3. ed. [S. l.]: Wiley, 2013. (Wiley Series in Probability and Statistics). Recuperado de: https://doi.org/10.1002/9781118548387.
HUBER, J. T.; CRUZ, J. M. Information needs and information-seeking behaviors of HIV positive men and women. Medical Reference Services Quarterly, v. 19, n. 3, p. 39–48, 2000. Recuperado de: https://doi.org/10.1300/J115v19n03_03.
MICHENER, G.; CONTRERAS, E.; NISKIER, I. Da opacidade à transparência? Avaliando a Lei de Acesso à Informação no Brasil cinco anos depois. Revista de Administração Pública, v. 52, n. 4, p. 610–629, 2018. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/0034-761220170289.
PAES, E. B. A construção da Lei de Acesso à Informação pública no Brasil: desafios na implementação de seus princípios. Revista do Serviço Público, v. 62, n. 4, p. 407–423, 2014. Recuperado de: https://doi.org/10.21874/rsp.v62i4.80.
PERES, L. N. et al. Transparência passiva do governo federal brasileiro: o mesmo acesso para todos? Revista Universo Contábil, v. 16, n. 3, p. 140–159, 2020. Recuperado de: https://doi.org/10.4270/ruc2020319.
R CORE TEAM. R: a language and environment for statistical computing. Vienna, AT: R Foundation for Statistical Computing, 2020.
RAUPP, F. M.; PINHO, J. A. G. de. Review of passive transparency in Brazilian city councils. Revista de Administração, v. 51, n. 3, p. 288–298, 2016. Recuperado de: https://doi.org/10.1016/j.rausp.2016.02.001.
SILVA, W. A. de O. e; BRUNI, A. L. Variáveis socioeconômicas determinantes para a transparência pública passiva nos municípios brasileiros. Revista de Administração Pública, v. 53, n. 2, p. 415–431, 2019. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/0034-761220170383.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).