Penso, logo não existo: itinerários da razão em Sherlock e Aza Holmes
Palavras-chave:
Holmes. Identidade. Razão. Pós-modernidade.Resumo
Este trabalho investiga, no livro Tartarugas até lá embaixo (2017), de John Green, a relação da personagem Aza Holmes com o detetive Sherlock Holmes criado por Sir Arthur Conan Doyle. A interação entre as duas personagens é percebida por meio da percepção distinta de cada um deles sobre a ligação da razão com a identidade individual. Para explicitar essa diferença, Sherlock Holmes é visto como representação do sujeito iluminista e Aza, por outro lado, exposta como pós-moderna. Hall (2006), Maffesoli (2021) e Lyotard (1988) são os principais teóricos usados para entender a pós-modernidade, a descentralização do sujeito e o questionamento da racionalidade idealizada pelos iluministas. As ideias de António Damásio (2011), propostas no livro O erro de Descartes (1988), sobre o equívoco cartesiano ao separar o corpo e a mente, consequentemente, a razão e a emoção, permitem a contraposição entre as duas personagens Holmes. Por fim, conclui-se que Sherlock se apresenta como detetive por se ver como racional, já Aza interage na investigação para se enxergar como indivíduo na interação com as pessoas da sua “tribo”.
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