A bolha não está fechada: reflexões acerca das formações discursivas
Palavras-chave:
Bolhas discursivas. Imagem. Discurso racista.Resumo
O presente artigo visa analisar o processo de construção e funcionamento do que denominamos “bolha(s) discursiva(s)”. A pesquisa é qualitativa cuja proposta é um gesto de leitura de uma escultura intitulada “o problema está na bolha” e de seis sequências discursivas compiladas de comentários de leitores, disponíveis em uma coluna do UOL notícias, a respeito do assassinato de um homem negro, comentado por Ricardo Kotscho, ou seja, os corpora deste trabalho são duas materialidades discursivas distintas, uma imagética e outra linguística. O escopo teórico para a análise das materialidades é composto principalmente por estudos de Santaella (2018) e da Análise de Discurso de linha francesa (AD), embasada especialmente nas pesquisas Pêcheux ([1975]2009, [1983] 2010a, [1983] 2010b), Orlandi (2005), Althusser (2001). Como ferramentas para a análise das materialidades discursivas colocaremos no cenário da análise os conceitos de discurso, sujeito, interpelação ideológica e Formação discursiva (FD).
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