SERAFIM PONTE GRANDE: UM ANTROPÓFAGO SEXUAL
Abstract
O presente artigo propõe uma análise da obra Serafim Ponte Grande de Oswald de Andrade, ressaltando a atuação da comicidade através da linguagem obscena e a sexualidade exacerbada, apresentadas por meio das façanhas amorosas do personagem protagonista. O romance traz à tona a ideia da liberdade, principalmente no que se refere aos impulsos sexuais, sendo este um fator relevante que nos remete a uma analogia da obra com o Manifesto Antropófago de autoria do próprio Oswald. A antropofagia, segundo o escritor modernista, surgiu como um protesto às leis impostas pela civilização opressora, prevalecendo assim a ideia do ‘homem livre’, assim como em Serafim Ponte Grande também é apresentada esta libertação escancarada, principalmente em relação ao sexo sem repressões. Além disso, a análise se fundamenta na concepção de que a metáfora da alimentação em relação à antropofagia é praticamente a mesma que prevalece em relação ao romance, pois da mesma forma que o índio antropófago se alimentava da carne humana com o objetivo de adquirir o que tinha de melhor em seu inimigo, o romance traz Serafim que também ‘devora pessoas’, assimilando o prazer sexual da carne e rejeitando o processo de recalque, com exceção do desejo homossexual.
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1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
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