Políticas e ideologias na língua espanhola: o que define a língua que falamos?

Autores

Palavras-chave:

Políticas linguísticas, língua espanhola, glotopolítica

Resumo

O capítulo aqui resenhado intitula-se “Lengua, patria común: la hispanofonía y el nacionalismo panhispánico”, autoría de José del Valle. Neste capítulo, o autor pretende analisar os discursos que emergem dos espaços institucionais nos quais se desenham e se implementam a promoção da língua espanhola. Valle aponta a existência de uma tensão entre a rejeição explícita da ideologia do nacionalismo linguístico e a adoção implícita dos esquemas conceituais dessa mesma ideologia. O autor apresenta como marco dessa tensão a aprovação da Constituição Espanhola em 1978, marcada pela tentativa de definir a Espanha como Estado-nação e, por consequência, de adotar um modelo apropriado para a organização administrativa do Estado. Esse projeto de modernização e construção nacional enfrentou complexos problemas linguísticos, visto que tiveram que lidar com o caráter plurilíngue do país na tentativa de estabelecer uma língua nacional. Embora houvesse respaldo na constituição (art. 3), no sistema dos Estatutos das Autonomias e das respectivas leis de normalização linguística nas comunidades autônomas, as disputas sobre qual língua falar e ensinar persistiram e ainda persistem. O objetivo dessas políticas linguísticas era inverter o cenário no qual as línguas das comunidades estavam sendo substituídas pelo espanhol, no entanto, Valle aponta práticas que vão contra essa perspectiva. Portanto, José del Valle, a fim de sustentar sua tese, nos apresenta as estratégias e/ou argumentos, levantados por aqueles que defendem a unitariedade da língua espanhola, em território nacional e internacional, em detrimento das línguas, em termos geográficos e populacionais, minoritárias das comunidades. Sobre esse capítulo, três pontos serão comentados: hispanofonía; rentabilidade; e nacionalismo linguístico.

Biografia do Autor

David Batista de Jesus Travassos , Universidade Federal do Rio de Janeiro

Tem graduação em Letras Português-Espanhol pela Fundação Educacional Unificada Campograndense (2018), mestrado em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2020), ensino fundamental primeiro-grau pelo Colégio Barão de Santa Margarida (2011) e ensino médio segundo-grau pelo Colégio Estadual Montebello Bondim (2014). Atualmente é Professor Auxiliar da Graduação em Letras do Fundação Educacional Unificada Campograndense, Membro de corpo editorial da LABORHISTÓRICO e Voluntário de Iniciação científica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Língua Espanhola. Atuando principalmente nos seguintes temas: Imperfeito do subjuntivo, Variação linguística, Língua espanhola, desinência -ra; desinência -se.

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Publicado

30-12-2021

Como Citar

BATISTA DE JESUS TRAVASSOS, David. Políticas e ideologias na língua espanhola: o que define a língua que falamos?. Trem de Letras, [S. l.], v. 8, n. 2, p. e021007, 2021. Disponível em: https://publicacoes.unifal-mg.edu.br/revistas/index.php/tremdeletras/article/view/1341. Acesso em: 22 dez. 2024.