SERAFIM PONTE GRANDE: UM ANTROPÓFAGO SEXUAL

Autores

  • Rosângela Cruz Freire dos Santos Universidade Federal de Sergipe

Resumo

O presente artigo propõe uma análise da obra Serafim Ponte Grande de Oswald de Andrade, ressaltando a atuação da comicidade através da linguagem obscena e a sexualidade exacerbada, apresentadas por meio das façanhas amorosas do personagem protagonista. O romance traz à tona a ideia da liberdade, principalmente no que se refere aos impulsos sexuais, sendo este um fator relevante que nos remete a uma analogia da obra com o Manifesto Antropófago de autoria do próprio Oswald. A antropofagia, segundo o escritor modernista, surgiu como um protesto às leis impostas pela civilização opressora, prevalecendo assim a ideia do ‘homem livre’, assim como em Serafim Ponte Grande também é apresentada esta libertação escancarada, principalmente em relação ao sexo sem repressões. Além disso, a análise se fundamenta na concepção de que a metáfora da alimentação em relação à antropofagia é praticamente a mesma que prevalece em relação ao romance, pois da mesma forma que o índio antropófago se alimentava da carne humana com o objetivo de adquirir o que tinha de melhor em seu inimigo, o romance traz Serafim que também ‘devora pessoas’, assimilando o prazer sexual da carne e rejeitando o processo de recalque, com exceção do desejo homossexual.

Downloads

Publicado

26-12-2020

Como Citar

CRUZ FREIRE DOS SANTOS, Rosângela. SERAFIM PONTE GRANDE: UM ANTROPÓFAGO SEXUAL. Trem de Letras, [S. l.], v. 7, n. 2, p. e020015, 2020. Disponível em: https://publicacoes.unifal-mg.edu.br/revistas/index.php/tremdeletras/article/view/1267. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos - Estudos Literários