A “RAÇA” VISTA POR UMA “NEGRA NÃO-AMERICANA” UMA ANÁLISE DO ROMANCE AMERICANAH DE CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE
DOI:
https://doi.org/10.32988/rep.v1i7.786Palavras-chave:
Palavras-chave, Identidade, Raça. Interseccionalidade, Chimamanda Adichie, Literatura nigeriana.Resumo
O problema das identidades vem sendo peça central de análises de diversas áreas do saber, dentre elas os estudos sociais e a literatura. No sentido de contribuir para uma justiça cognitiva e social, torna-se indispensável que tais análises sejam feitas de perspectivas pluralizadas para que identidades subalternizadas desafiem as relações de poder estruturais e ganhem voz e vez no meio social, acadêmico e literário. Para tanto, a presente pesquisa apresenta uma análise do romance Americanah (2014) da autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, focada no modo de construção ficcional da identidade de raça, em especial das mulheres negras africanas. O romance de Adichie surge como uma alternativa a visão do Norte imperialista eurocentrado que contrói uma visão limitada do Outro. A narrativa da autora nigeriana emancipa e dá voz a uma pluralidade de identidades que comprovam que as identidades não podem ser analisadas a partir de uma perspectiva homogeneizada e (re)constrói o imaginário engessado das mulheres negras africanas diaspóricas como mulheres que narram suas próprias histórias e conquistam autonomia no privado e no público.
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