RAP: INSTRUMENTO DE LIBERTAÇÃO E RECONHECIMENTO DA IDENTIDADE NEGRA
DOI:
https://doi.org/10.32988/rep.v1i7.785Palavras-chave:
rap, identidade negra, enfrentamento, negritude.Resumo
O presente artigo pretende discutir como dialogam o rap e a identidade negra identificando continuidades e rupturas nas relações entre raça, racismo, classe e cultura no discurso e na narrativa musical das letras do rapper Flávio Renegado. Para tanto, iremos apresentar as canções “Black Star” e “Zica”, presentes nos álbuns Outono Selvagem e Minha tribo é o mundo, refletindo sobre o padrão estético eurocêntrico da mídia brasileira e questionar a tão falaciosa democracia racial. O fato de a sociedade brasileira buscar o padrão de beleza branco e insistir na ideia de harmonia racial, ao mesmo tempo em que expõe o negro à inferioridade, evidenciou aos afrodescendentes a necessidade de um enfretamento coletivo do problema, em busca do reconhecimento e do autopoder racial em todos os setores. Assim o hip hop apresenta como caraterística bem marcada a questão da negritude, principalmente no rap, entendida como resgate da valorização e reconhecimento da identidade negra. O rapper coloca nos versos a importância da participação dos afrodescendentes na divulgação do movimento, visto que este nasce dessa população, além de denunciar o racismo e falta de representatividade do negro na sociedade.Referências
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