O uso de recursos digitais em uma pesquisa filológica com ex-votos pintados: reflexões iniciais

Autores

Palavras-chave:

Ex-votos; Filologia; Humanidades Digitais.

Resumo

Diversas pesquisas nas áreas das Humanidades têm, cada vez mais, assumido o uso de tecnologias computacionais em diferentes etapas de trabalho. Nesse sentido, ficam por ser discutidas as questões teóricas, metodológicas e institucionais que esse tipo de ferramenta pode suscitar. Com este squib, queremos apresentar algumas reflexões iniciais que fizemos sobre o uso de tecnologias computacionais em uma pesquisa da área da Filologia, mais precisamente com ex-votos (etim. Abrev. do latim ex-voto suscepto ‘o voto/promessa realizado’) dos séculos XVIII e XIX. Por meio de algumas tecnologias, é possível ter acesso às camadas mais profundas – aquelas que, a olho nu, não são visíveis – de fontes documentais e, com isso, elaborar uma edição mais completa e mais fiel ao original. Adotamos como ponto de vista teórico os trabalhos de Paixão de Souza (2013a e 2013b).

Biografia do Autor

Marcus Dores, Universidade de Évora – CIDEHUS.UÉ/FCT; Universidade de São Paulo

Doutorando em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo e em Linguística pela Universidade de Évora. É investigador do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS) da Universidade de Évora e membro da Cátedra UNESCO em Patrimônio Imaterial e Saber-Fazer Tradicional: Ligando Patrimônios. Possui mestrado Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais e graduação em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto. É, também, editor-chefe da Revista LaborHistórico (UFRJ). Foi autor da proposta aprovada pela UNESCO de nominação do Livro de Inventários da Catedral de Mariana (1749-1904) ao Programa Memória do Mundo (MowBrasil/UNESCO). Desenvolve pesquisas que têm como foco fontes escritas (manuscritas e impressas) legados textuais do passado à contemporaneidade e às diversas marcas histórico-patrimoniais deixadas pelas mudanças sociais, incluindo, quer o patrimônio material quer o patrimônio imaterial, e, sobretudo, o patrimônio textual. Tem interesse, em maior ou menor nível, pelas seguintes áreas: linguística histórica e comparada, filologia, crítica textual, história da língua portuguesa, ensino de língua portuguesa, paleografia e conservação e restauro de bens materiais e imateriais. 

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Publicado

30-12-2022

Como Citar

Dores , M. . (2022). O uso de recursos digitais em uma pesquisa filológica com ex-votos pintados: reflexões iniciais. Revista (Entre Parênteses), 11(2), e022003. Recuperado de https://publicacoes.unifal-mg.edu.br/revistas/index.php/entreparenteses/article/view/2177