“MEU ROSTO É O ANIMAL”

Identidade e palavra diante do indizível em "Vista Chinesa"

Autores

  • Renata Villon UFRJ/CNPq

DOI:

https://doi.org/10.32988/rep.v12n1.1859

Palavras-chave:

Autoria feminina, Feminismo pós-estruturalista, Trauma e memória, Violência sexual, Teoria da animalidade

Resumo

Vista Chinesa, da escritora Tatiana Salem Levy, é a tentativa de pôr em palavras o horror da violência sexual.
Apoiando-se nos conceitos do indizível e do inimaginável, tal como evocados por Georges Didi-Huberman, Levy
escreveu a potente obra em que aborda também temas como o luto, o trauma e a maternidade. O presente ensaio
busca analisar a obra à luz de teorias literárias e feministas pós-estruturalistas, abordando as nuances da escrita
moderna nela presentes. Tendo em vista também a identificação observada entre a personagem Júlia e os seres
animais, o presente ensaio também analisará certos pontos da teoria da animalidade ligados a essa identificação
entre animal e mulher a partir de outros estudos acerca do tema.

Biografia do Autor

Renata Villon, UFRJ/CNPq

Pesquisadora do CNPq, é atualmente mestranda vinculada ao programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sendo bacharel em letras português-francês pela mesma instituição. Sua pesquisa diz respeito a teoria da animalidade e sua relação com a escrita, principalmente a de autoria feminina. Contribui na pesquisa literária e também no desenvolvimento do Laboratório de Poesia Contemporânea (LAPOFRAN) junto ao orientador Marcelo Jacques de Moraes na UFRJ, tendo contribuído também com diversas atividades do PACC (laboratório da palavra), principalmente nas oficinas de tradução.

Referências

ADAMS, Carol J. Políticas sexuais da carne: uma teoria feminista-vegetariana. Tradução de Cristina Cupertino. Alaúde, 2018a. Arquivo Kobo.
______. Neither man nor beast. London, New York: Bloomsbury, 2018b. Arquivo Kobo.
ALZANDÚA, Gloria. “Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo”. Revista estudos feministas, Vol. 8, n. 1, p. 229-236, 2000.
BROPHY, Bridget. Don’t Never Forget: Collected Views and Reviews. Nova York: Holt, Rinehart and Winston, 1996.
BUSSINGUER, Elda Coelho de Azevedo; SIQUEIRA, Carolina Bastos de. “Estruturalismo e pós-estruturalismo: uma análise comparativa das contribuições téoricas feministas de Simone de Beauvoir e Judith Butler”. In: Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress. Florianópolis: 2017. Disponível em: < http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1499196025_ARQUIVO_Artigo-13MundodasMulheres.pdf >. Acesso em: 10 de agosto de 2021.
CASSESSE, Patrícia. “Tatiana Salém Levy descreve o desafio de ficcionalizar um caso real de estupro”, 2021. Disponível em: < encurtador.com.br/wEINP >. Acesso em: 9 de maio de 2021.
DERRIDA, Jacques. O animal que logo sou. Tradução de Fábio Landa. São Paulo: Editora UNESP, 2002.
______ “Che cos’è la poesia”. Tradução de Tatiana Rios e Marcos Siscar. In: Revista Inimigo Rumor, n.10. Rio de Janeiro: 7Letras, 2001.
DIDI-HUBERMAN, George. Images in spite of all: four photographs from Auschwitz. Tradução de Shane B. Lillis. Chicago: University of Chicago Press, 2008.
FRYE, Marilyn. Politics of reality: essays in feminist theory. New York: Crossin Press, 1983.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006.
GARRAMUÑO, Florencia. A experiência opaca: literatura e desencanto. Tradução de Paloma Vidal. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012.
IRIGARAY, Luce. This sex which is not one. Traduzido por Catherine Porter e Carolyn Burke. Ithaca: Cornell University Press, 1985.
LEVY, Tatiana Salem. “Imaginar, apesar de tudo”. Entrevista concedida a Michaela Von Schmaedel. Elle, 16 de março de 2021a. Disponível em: < https://elle.com.br/cultura/tatiana-salem-levy-vista-chinesa >. Acesso em: 9 de maio de 2021.
______. Vista chinesa. São Paulo: Todavia, 2021b.
______. “Vista Chinesa: como história de estupro real se transformou no livro da vez”. Entrevista concedida a Lígia Mesquita. Universa, 26 de março de 2021c. Disponível em: <https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/03/26/livro-da-vez-tatiana-levy-fala-de-vista-chinesa-que-narra-estupro-real.htm>. Acesso em: 27 de agosto de 2021.
LEVY, Tatiana Salem; SAAVEDRA, Carola. “Quando o fim do mundo acabar”. Rascunho, 2 de setembro de 2020. Disponível em: < https://rascunho.com.br/liberado/quando-o-fim-do-mundo-acabar/ >. Acesso em: 9 de maio de 2021.
PORCHAT, Fabio. “Livro aberto - Tatiana Levy”. Youtube, 23 de agosto de 2021. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=38he86BU1wI&ab_channel=F%C3%A1bioPorchat> Acesso em: 26 de agosto de 2021.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Tradução de Mônica Costa Netto. 2 ed. São Paulo: EXO experimental org.; Ed.34, 2009.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. “Literatura e trauma”. In: Pro-posições, vol. 13, n. 3, pp. 135-153. Campinas: 2002.
______. “Narrar o trauma — a questão dos testemunhos de catástrofe histórica”. In: Psicologia clínica, vol. 20, n.1, pp. 65-82. Rio de Janeiro: 2008.
TODAVIA. “Todavia ao vivo - Lançamento de Vista Chinesa, de Tatiana Salem Levy”. Youtube, 18 de março de 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=z3Wmmi6CSdI&ab_channel=todavia>. Acesso em: 26 de agosto de 2021.
SINGER, Peter. Animal Liberation. New York, N.Y: New York Review of Books, 1990.
WEISS, David. “Refusing to name the animals”. Gettysburg Review, 1990. Disponível em: <https://www.gettysburgreview.com/selections/detail.dot?inode=c76f42cd-c64f-4614-9ca9-2fb7807c7f46>.

Downloads

Publicado

15-01-2024

Como Citar

Villon, R. (2024). “MEU ROSTO É O ANIMAL”: Identidade e palavra diante do indizível em "Vista Chinesa". Revista (Entre Parênteses), 12(2), 1–18. https://doi.org/10.32988/rep.v12n1.1859

Edição

Seção

DOSSIÊ ESCRITAS DE AUTORIA FEMININA DO NOVO MILÊNIO NO BRASIL