A CONSTRUÇÃO FAZER-COM-QUE NAS REDAÇÕES ENEM
Palabras clave:
Construções; Fazer-com-que; Conjunções; Causalidade; Redação ENEM.Resumen
Este trabalho apresenta resultados de pesquisa relativos às análises da estrutura [fazer-com-que] nas redações modelo ENEM como relação de causa e consequência de acordo com os pressupostos da teoria construcionista (GOLDBERG, 1995; CROFT, 2001; CROFT, CRUSE, 2004; LANGACKER, 2013; PINHEIRO, FERRARI, 2020). O modelo para explicar o pareamento entre forma e função da estrutura é o da gramática de Neves (2000). Os resultados obtidos constataram que, em determinadas formas sintáticas, a estrutura [fazer-com-que] conserva a função prototípica do verbo fazer, como núcleo central da predicação; já em outras formas a estrutura recebe a função de perífrase conjuncional. Também se constatou que a construção de causa e consequência é o resultado de uma relação que pode estar no domínio de causa real, relação entre predicações que podem ser verificadas no mundo, e causa epistêmica, relação entre uma premissa e uma informação real, conforme Neves (2000). Verificou-se que, nas ocorrências em que a oração nuclear obtinha em sua composição um verbo epistêmico, o tipo de construção causal é o de domínio epistêmico.
Citas
CHAFE, W. The relation of grammar to thought. In: BUTLER, C. et al. (eds.) The dynamics of language use. Amsterdam: John Benjamins, 2005, p. 57-78.
CONEGLIAN, A. V. L.. As construções adverbiais causais no português brasileiro: uma amostra de análise do domínio dos atos de fala. Cadernos de Pós-graduação em Letras, v. 01, p. 136-155, 2015.
CROFT, William. Radical Construction Grammar. Oxford: Oxford University Press. 2001.
CROFT, William; CRUSE, Alan. Cognitive Linguistics. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
CUNHA, Gabriella Pedrosa Santos. Complementos oracionais na redação do Enem: uma análise semântico-pragmática. 2021. 286 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2021.
GOLDBERG, Adele E. Constructions: a construction grammar approach to argument structure. University of Chicago Press, 1995.
KENEDY, Eduardo; OTHERO, Gabriel Ávila de. Para conhecer: Sintaxe. São Paulo: Contexto, 2018.
LANGACKER, Ronald W. Essentials of cognitive grammar. United States of America/New York: Oxford University Press, 2013.
PINHEIRO, Diogo; FERRARI, Lilian. Linguística funcional, linguística cognitiva e gramática de construções: mapeando o campo das abordagens cognitivo-funcionais. Revista Linguíʃtica, vol. 16, no Esp., novembro de 2020, p. 595–621.
NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. São Paulo: UNESP, 2000.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Os direitos autorais para trabalhos científicos são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Como esta é uma revista eletrônica de acesso público, os artigos são de uso gratuito, em aplicações educacionais e não-comerciais, devendo ser observada a legislação sobre direitos autorais, em caso de utilização dos textos publicados nesta revista.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado