“MEU ROSTO É O ANIMAL”
Identidade e palavra diante do indizível em "Vista Chinesa"
DOI:
https://doi.org/10.32988/rep.v12n1.1859Palavras-chave:
Autoria feminina, Feminismo pós-estruturalista, Trauma e memória, Violência sexual, Teoria da animalidadeResumo
Vista Chinesa, da escritora Tatiana Salem Levy, é a tentativa de pôr em palavras o horror da violência sexual.
Apoiando-se nos conceitos do indizível e do inimaginável, tal como evocados por Georges Didi-Huberman, Levy
escreveu a potente obra em que aborda também temas como o luto, o trauma e a maternidade. O presente ensaio
busca analisar a obra à luz de teorias literárias e feministas pós-estruturalistas, abordando as nuances da escrita
moderna nela presentes. Tendo em vista também a identificação observada entre a personagem Júlia e os seres
animais, o presente ensaio também analisará certos pontos da teoria da animalidade ligados a essa identificação
entre animal e mulher a partir de outros estudos acerca do tema.
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