A DUALIDADE EM VALENTIA: RECURSO ESTILÍSTICO COM PROPÓSITO CRÍTICO
DOI:
https://doi.org/10.32988/rep.v2i7.749Palavras-chave:
Romance histórico, reescrita, dualidade, Cabanagem, HistóriaResumo
Deborah Goldemberg, no romance Valentia, trata de dualidades que dão um novo significado à Revolta da Cabanagem que tomou lugar no estado brasileiro hoje conhecido como Pará. O gênero do romance histórico tem forte significado visto que tem como um de seus objetivos oferecer uma nova visão acerca de algum discurso histórico formado e fomentado por discursos oficiais que acabam por diminuir os impactos sociais de tais acontecimentos. Ao recontar essa história, Goldemberg mostra que há diversos pontos de vista que auxiliam na melhor e mais completa compreensão da Revolta. O tempo narrativo é duplo, assim como também é dupla a personalidade do personagem principal, Samaúma. A duplicidade da narrativa e do personagem dialogam com a defesa de um discurso que questiona o discurso histórico oficial, consequentemente trazendo mais peculiaridades e vozes a uma história pouco contada, principalmente vozes daqueles que perderam essa batalha e hoje em dia continuam sofrendo as consequências. Discute-se o gênero do romance histórico, a duplicidade da narrativa e dos personagens com o intuito de se mostrar que Valentia, ao fazer uso de técnicas discursivas, fomenta um diálogo entre discurso oficial e realidade no qual os perdedores têm a sua voz.Referências
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