DO RISO QUE SE LEVA A SÉRIO: SÁTIRA E RESISTÊNCIA EM O MISTÉRIO DA ILHA DO PAVÃO, DE JOÃO UBALDO RIBEIRO
DOI:
https://doi.org/10.32988/rep.v1i6.545Palavras-chave:
João Ubaldo, Nativo brasileiro, Sátira, Resistência, O feitiço da ilha do PavãoResumo
Este estudo propõe uma análise do romance O feitiço da ilha do Pavão (1997), de João Ubaldo Ribeiro, a fim de compreender como a sátira pode ser interpretada como uma arma de resistência na tessitura ubaldiana. Interessa a este trabalho estudar o episódio da “Batalha do borra-botas”, que faz referência aos conflitos entre índios e portugueses no período colonial brasileiro. Dessa forma, a partir de uma pesquisa qualitativa e bibliográfica, busca-se identificar e analisar as passagens nas quais, por meio da sátira, a imagem do índio é reapresentada de forma a romper com visões preestabelecidas pelo discurso colonizador, o qual apresentava o índio como um bom selvagem, dotado de pacificidade. Como hipótese de análise, acredita-se que João Ubaldo satiriza a visão eurocêntrica do nativo no Brasil, e seguindo as tendências literárias surgidas no modernismo brasileiro, sobretudo no Manifesto Antropófago (1928), de Oswald de Andrade, tece duras críticas aos autores brasileiros que utilizaram em suas obras literárias personagens indígenas com características do pensamento europeu.
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