AS MARCAS PATRIARCAIS PRESENTES NA TRAJETÓRIA DE ORIBELA NO ROMANCE "DESMUNDO"
DOI:
https://doi.org/10.32988/rep.v13n1.2440Palavras-chave:
matrimônio; relação entre os personagens; perspectiva da narradora-personagem.Resumo
O presente estudo tem como corpus de análise o romance Desmundo, de Ana Miranda (1996), retratando o século XVI pela ótica da narradora-personagem Oribela, que chega ao Brasil em uma nau portuguesa. Por meio da narrativa, acompanha-se os percalços e vivências da protagonista, bem como seus pensamentos e interesses frente ao mundo desconhecido que se revela a partir do momento em que aporta em terras brasileiras. Objetiva-se, portanto, valendo-se deste romance, analisar algumas marcas patriarcais no matrimônio de Oribela e Francisco de Albuquerque e a perspectiva da própria personagem em relação às mudanças que envolvem sua existência em meio tão diverso. Subsidiam teoricamente esta discussão Mary Del Priore (2009, 2011), Boris Fausto (1995), Gilberto Freyre (2006) e Roberto Reis (1987), no que circunscreve-se ao contexto histórico e aos aspectos literários no romance. Além destes autores, o trabalho apoia-se nas reflexões de Antonio Candido (1980) sobre texto e contexto e a internalização de valores patriarcais na narrativa. Como resultado das discussões efetuadas neste artigo, apresenta-se um esboço da lógica masculina do século XVI e a situação de opressão vivida por Oribela.
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