A EXISTÊNCIA DO NEGRO E A LINGUAGEM
DOI:
https://doi.org/10.32988/rep.v12n1.2115Palavras-chave:
fanonismos contemporâneos; violência antinegro; racialização.Resumo
Este estudo discute sobre a enunciação do negro, em uma perspectiva existencialista, enquanto ato político e como dispositivo para abrir brechas e cultivar possibilidades de contra-ataque a forças de sub-humanização e de morte, que sistematicamente atingem corpos negros e os condenam a um modo de existir sem direito a dignidade, tal qual um abjeto. Dessa maneira, considera-se a linguagem como ferramenta que contribui e potencializa os esforços de pensar e resistir, de comunicação e desnaturalização da violência do Estado burguês antinegro. O objetivo desta pesquisa se centra em torno da necessidade de traçar compreensões sobre a maneira a linguagem possibilita a construção do negro, mas que sujeito negro modifica a linguagem para fazê-la circular por outras correntes. Para tanto, este estudo desenvolve-se em torno da noção de humanidade presente em Pele Negra Máscaras brancas, de Frantz Fanon (2020). Essa obra é lida, aqui, à luz dos questionamentos existenciais fanonianos, juntamente com poemas de Pesado Demais para a Ventania (2018), de Ricardo Aleixo.
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