DO “ALL IS TRUE” À DESCRIÇÃO DAS ILUSÕES: OS REALISMOS DE BALZAC E FLAUBERT
DOI:
https://doi.org/10.32988/rep.v10n2.1311Palavras-chave:
Prosa Realista, Contiguidade, Metonímias, SinédoquesResumo
Partindo da comum associação de Balzac e Flaubert à série literária do Realismo, o presente trabalho propõe uma análise comparativa dos romances O Pai Goriot e Madame Bovary. Primeiramente, há uma discussão acerca das concepções de realismo e realidade segundo Flaubert e Balzac. Em seguida, é feita uma leitura de excertos dos romances em busca de cenas semelhantes. O resultado é a identificação de que em ambos há cenas de baile. A comparação de tais cenas possibilita a constatação de uma característica comum entre as obras, a saber, a predominância das relações de contiguidade estabelecidas a partir do vestuário dos personagens. Isso leva à discussão da presença de metonímias e sinédoques nos romances, tendo como base o texto Linguística e Comunicação, de Roman Jakobson (2003). A conclusão é que os conceitos de realidade em Balzac e Flaubert são distintos, o que transparece no estilo das narrativas. Todavia, a classificação em comum como realistas se justifica, uma vez que os dois textos são permeados por metonímias e sinédoques que estabelecem semelhantes relações de contiguidade.
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