“LONGE DOS DETRITOS PRIVADOS DA VIDA”: O DESENRAIZAMENTO DE KAUSHIK EM TRÊS CONTOS DE TERRA DESCANSADA, DE JHUMPA LAHIRI
O DESENRAIZAMENTO DE KAUSHIK EM TRÊS CONTOS DE TERRA DESCANSADA, DE JHUMPA LAHIRI
DOI:
https://doi.org/10.32988/rep.v2n9.1121Palavras-chave:
Espaço, Diáspora Indiana, Jhumpa LahiriResumo
Levando em conta o destaque que a crítica especializada dá à obra de Jhumpa Lahiri, como a representação da diáspora do indiano em solo ocidental, procuramos interpretar as três narrativas da segunda parte de Terra descansada, “Parte II – Hema e Kaushik”, dando ênfase ao modo como Kaushik Choudhuri, o protagonista masculino, lida com os espaços geográficos nos quais está inserido. Suas sucessivas mudanças de locais de moradia, aliadas à perda da mãe, que é símbolo do espaço de nascimento, fazem com que o protagonista fuja de tudo aquilo que possa lhe oferecer uma possibilidade de se enraizar (DELEUZE & GUATTARI, 1995). Isso se evidencia no afastamento do país onde nasceu; na fuga da casa onde a família morou nos Estados Unidos; na escolha profissional que ele faz; e na falta de desejo de construir algo oficializado com a mulher que ama. Desse modo, os espaços identificados como pátria (Estados Unidos), terra adotiva (Índia), espaços de trabalho (diferentes países) e espaço de sepultamento (Tailândia) oferecem um entendimento para a leitura que empreendemos aqui. Como não consegue fincar raízes e florescer (metáforas utilizadas para marcar o ajustamento em solo dos personagens das narrativas desse livro), Kaushik termina sua história sendo engolido pelo espaço das águas, elemento que representa morte e renascimento (CHEVALIER & GHEERBRANT, 2009) (BACHELARD, 1997).
Referências
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