ATUALIZAÇÕES EM PROTOZOÁRIOS PARASITAS ASSOCIADOS AO HIV NO BRASIL
Resumo
Protozoários parasitas consistem em uma grave realidade até os dias principalmente em países em desenvolvimento. A associação desses parasitos à infecção pelo HIV pode resultar em quadros graves, seja quando o vírus é adquirido posteriormente à parasitose, seja em ordem inversa. Pacientes portadores de HIV (HIV+) são mais susceptíveis a adquirir parasitoses principalmente devido à imunossupressão. Além disso, uma pessoa que já alberga algum protozoário, mesmo assintomático, ao se infectar com o HIV torna-se mais propensa a recidivas. Em relação à coinfecção HIV-Leishmaniose, podem ser observadas falhas no diagnóstico da parasitose e também em seu tratamento. No Brasil, há subnotificação dessa coinfecção, sendo muitos pacientes alertados tardiamente. A toxoplasmose também é uma importante infecção em associação ao HIV, sendo causa frequente de acometimento cerebral. A reativação da parasitose latente costuma ocorrer em muitos casos. No Brasil, a prevalência de toxoplasmose em HIV+ pode chegar a 80% em algumas regiões, sendo ainda encontradas falhas no diagnóstico sorológico. A doença de Chagas é outra parasitose que pode resultar em casos graves quando associada ao HIV. A reativação da parasitose crônica é o quadro mais frequentemente observado. O Ministério da Saúde preconiza que seja realizada sorologia para essa parasitose em HIV+. Entretanto, alguns autores relatam que essa recomendação não vem sendo seguida, resultando no subdiagnóstico da coinfecção. As protozooses intestinais consistem em outro grave problema quando associadas ao HIV, podendo causar quadros diarreicos crônicos e até o óbito. Por serem parasitoses com transmissão fecal-oral, deficiências em saneamento básico agravam tal problema. No Brasil, há estimativas entre 4 e 10% da prevalência dessas parasitoses em HIV+, a depender da região estudada. Além disso, deve-se considerar a dificuldade no diagnóstico, principalmente de coccídeos intestinais. Por fim, a tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível que pode aumentar o risco de transmissão e aquisição do HIV. Além disso, ela está associada a resistência ao tratamento convencional, principalmente se o paciente não aderir à terapia anti-retroviral. Em suma, verifica-se que a associação protozoários-HIV ainda é um problema preocupante em todo o mundo, principalmente no Brasil. Medidas de atenção diagnóstica se fazem necessárias para o melhor controle dessa coinfecção.
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