O LUGAR DA MULHER NA IMPRENSA NEGRA PAULISTANA (1915-1924)

Autores

  • Marina Pereira de Almeida Mello USP/CEA - CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS E DIVERSITAS

Resumo

Resumo: em um cenário marcado por ideias e ideais pautados pela racialização das diferenças e por um conseqüente processo de eugenia e higienização, negros e negras paulistanas descendentes de escravizados assumiram discursos identitários e lugares de enunciação e participação que por vezes, contrariaram as expectativas de subalternidade subjacentes à superação do regime escravista. Tais discursos e lugares, embora de cunho etnicizante, não fugiram completamente aos referenciais de ordem, progresso e civilização difundidos e legitimados pela ideologia dominante. Entretanto, a despeito do racialismo e do machismo reinantes, é possível perceber nos discursos proclamados pela imprensa negra paulistana comportamentos e ideais dissonantes por parte de algumas mulheres negras que, à revelia do desejo de ordenamento, disciplina e adaptação ousaram celebrar a liberdade nas ruas, festas e bailes promovidos em grande parte por elas dentro das comunidades negras paulistanas. Este estudo aborda, pois, o lugar da mulher negra na imprensa negra paulistana, entre os anos de 1915 e 1924.

Palavras-chave: mulheres negras paulistanas; relações interétnicas; imprensa negra paulistana; resistência feminina no século XX.

Biografia do Autor

Marina Pereira de Almeida Mello, USP/CEA - CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS E DIVERSITAS

Doutora em Antropologia Social pelo PPGAS da FFLCH/USP, professora colaboradora do CEA-Centro de Estudos Africanos/USP e pesquisadora do Diversitas Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos/Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades da USP/SP. Professora da FacFITO-Faculdade de Ciências da Fundação Instituto Tecnológico de Osasco.

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Publicado

10-09-2013