O INTELECTUAL DA MARGEM E O PODER VERSUS A RESISTÊNCIA E O REVIDE DAS VOZES PERIFÉRICAS EM CAIEIRA
DOI:
https://doi.org/10.32988/rep.v2i7.784Palabras clave:
Dicke, Intelectual, Margem, Poder, Revide.Resumen
RESUMO: O presente artigo pretende mostrar, dentro do romance Caieira (1978), o papel do escritor latino-americano mato-grossense Ricardo Guilherme Dicke[1] como um intelectual da margem. Daremos destaque para o fato de que seus personagens marginais são caracterizados pela não integração na sociedade devido à imposição opressiva mimetizada pelo norte-americano, Mr. Filler, personagem antagonista. Em atitude típica do intelectual engajado que, não só interpreta a realidade, mas também se põe a transformá-la, o escritor configura na narrativa uma situação de revide que funciona como ferramenta para materializar seus ideais políticos, sociológicos e literários. Assim sendo, num entrecho emblemático ficcional, a superioridade do norte-americano e tudo que ele representa é colocado a baixo. Em contrapartida, os sem vozes são emancipados conquistando seu espaço como sujeito. No desenrolar do estudo serão levados em consideração opiniões de pensadores, como Edward Said, Homi Bhabha, Silviano Santiago, dentre outros. Simultaneamente, pretende-se fazer uma breve análise de algumas das partes da obra citada. Desse modo, alguns conceitos serão ilustrados através da trajetória de alguns personagens, mais especificamente, Mr. Filler, Nheco Salmo, nhá Emerica, Amância e Pignon.
[1] Nasceu em 16 de outubro de 1936, em Raizama, no município de Chapada dos Guimarães, MT. Faleceu no dia 9 de julho de 2008. É autor de uma produção literária que tem o romance como gênero predominante, embora também tenha escrito poesia, conto e teatro. Sua estreia literária oficial ocorreu em 1968, com a publicação do romance Deus de Caim, 4º lugar no Prêmio Walmap, que teve no júri Jorge Amado, Guimarães Rosa e Antônio Olinto. Data do mesmo ano a publicação de seu segundo romance, Como o silêncio, com o qual conquistou o segundo lugar no Prêmio Clube do Livro de São Paulo.
A produção literária do escritor seguiu com a publicação do romance Caieira (1978), Prêmio Remington de Prosa, em 1977; Madona dos Páramos (1982), Prêmio Nacional da Fundação Cultural do Distrito Federal em (1981); O último Horizonte (1988); A Chave do Abismo (1989), coletânea de poemas; Cerimônia do esquecimento (1995), Prêmio da Academia Brasileira de Letras; Conjuntia Opositorum do Grande Sertão – tese de mestrado em Filosofia sobre Grande Sertão: Veredas (2000); Rio Abaixo dos Vaqueiros (2000); Salário dos Poetas (2001); Toada do esquecido & Sinfonia Equestre (2006).
Citas
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